COA Transcrito vs Análises Próprias: O Papel do Distribuidor de Insumos Químicos na Rastreabilidade Metalúrgica

COA Transcrito vs Análises Próprias: O Papel do Distribuidor de Insumos Químicos na Rastreabilidade Metalúrgica

Meta Description: Entenda a diferença entre COA transcrito e análises próprias de distribuidores de insumos químicos. Transparência, rastreabilidade e critérios de homologação de fabricantes na indústria metalúrgica.

Palavras-chave: COA transcrito, análises laboratório distribuidor, rastreabilidade distribuidor químicos, transparência fornecedores químicos, homologação fabricantes químicos, ISO 9001 distribuidor


Introdução: A Confusão Sobre Análises Laboratoriais na Distribuição Química

"Vocês fazem análises laboratoriais dos produtos antes de entregar?"

Esta é uma das perguntas mais frequentes que distribuidores de insumos químicos recebem de gestores de qualidade, compradores técnicos e auditores da indústria metalúrgica. Por trás dela, há uma expectativa legítima: metalúrgicas certificadas ISO 9001 e IATF 16949 precisam de fornecedores que garantam rastreabilidade, documentação técnica completa e conformidade dos insumos químicos utilizados em processos críticos como galvanoplastia, anodização e decapagem.

No entanto, a resposta honesta frequentemente surpreende: a grande maioria dos distribuidores de insumos químicos não realiza análises laboratoriais independentes. Em vez disso, utilizam o modelo de COA transcrito — um documento que replica as informações das análises realizadas pelo fabricante original do produto.

Para muitos compradores técnicos, isso gera imediata desconfiança: "Se o distribuidor não analisa, como posso confiar na qualidade?" A questão é compreensível, mas revela um desconhecimento sobre a estrutura real da cadeia de distribuição química industrial e sobre as razões técnicas, comerciais e práticas que tornam o modelo de COA transcrito não apenas aceitável, mas amplamente utilizado e reconhecido em auditorias ISO 9001 e IATF 16949.

Este artigo explora com transparência total a diferença entre COA transcrito e análises laboratoriais próprias, os motivos pelos quais a maioria dos distribuidores adota o primeiro modelo, os critérios de homologação de fabricantes que garantem confiabilidade, e como metalúrgicas podem validar fornecedores distribuidores com base em transparência, rastreabilidade e compromisso com a qualidade — mesmo quando não possuem laboratório próprio.

Ao final, você compreenderá por que transparência sobre o modelo de COA é mais importante que prometer análises que não são realizadas.


1. O Que é COA Transcrito e Como Funciona na Prática

1.1 Definição: COA Transcrito vs COA com Análises Próprias

COA Transcrito é o documento técnico emitido por um distribuidor de insumos químicos que reproduz fielmente as informações de análises físico-químicas realizadas pelo fabricante original do produto. O distribuidor recebe o COA original do fabricante junto com o lote de produto e, para padronizar documentação ou proteger fonte de fornecimento, transcreve esses dados para seu próprio formulário.

Elementos obrigatórios em um COA transcrito:

  • Identificação clara de que dados são do fabricante: "As especificações técnicas e resultados de análise apresentados neste documento são transcritos das informações fornecidas pelo fabricante original."
  • Número de lote do fabricante preservado: Rastreabilidade total até a origem
  • Parâmetros analisados pelo fabricante: Pureza, contaminantes, densidade, pH, etc.
  • Métodos de análise utilizados pelo fabricante: ASTM, ABNT, farmacopeia, etc.
  • Data de fabricação e validade: Informações originais do fabricante
  • Arquivo do COA original do fabricante: Mantido pelo distribuidor para auditoria

COA com Análises Próprias é emitido por distribuidores que possuem laboratório próprio certificado e realizam análises independentes de cada lote recebido, emitindo documento com resultados próprios das análises.

Elementos obrigatórios em COA com análises próprias:

  • Laboratório acreditado: Certificação ISO/IEC 17025 (competência de laboratórios)
  • Análises realizadas pelo distribuidor: Métodos validados internamente
  • Responsável técnico próprio: Químico com CRQ do distribuidor
  • Equipamentos calibrados: Rastreabilidade metrológica (RBC)
  • Novo número de laudo: Emitido pelo distribuidor (além do lote do fabricante)

1.2 Fluxo Prático: Como o COA Transcrito Chega ao Cliente Final

Etapa 1: Fabricante produz lote e emite COA original

  • Fabricante produz lote L2025-3345 de Ácido Sulfúrico 98%
  • Laboratório do fabricante realiza análises completas (pureza, contaminantes, densidade, etc.)
  • Emite COA original com todos os resultados e métodos utilizados

Etapa 2: Distribuidor adquire lote e recebe COA original

  • Distribuidor adquire tambores do lote L2025-3345
  • Recebe COA original do fabricante junto com a carga
  • Verifica integridade de embalagens, lacres e rotulagem

Etapa 3: Distribuidor arquiva COA original e transcreve dados

  • COA original é arquivado em sistema de gestão da qualidade (SGQ)
  • Dados são transcritos para formulário padronizado do distribuidor
  • Número de lote do fabricante é preservado no documento transcrito
  • Identificação clara de que dados são do fabricante original

Etapa 4: Cliente metalúrgico recebe produto com COA transcrito

  • Tambores identificados com lote L2025-3345 + nota fiscal do distribuidor
  • COA transcrito acompanha a entrega
  • Cliente pode solicitar COA original do fabricante para auditoria

Rastreabilidade completa: Cliente → Distribuidor → Fabricante (via número de lote)

1.3 Validade Legal e Aceitação em Auditorias ISO 9001 e IATF 16949

A pergunta crítica: COA transcrito é aceito em auditorias de certificação?

Resposta: Sim, desde que atenda critérios de rastreabilidade e transparência.

ISO 9001:2015 - Cláusula 8.4 (Controle de processos, produtos e serviços providos externamente):

A norma exige que organizações assegurem conformidade de produtos fornecidos externamente, mas não especifica que distribuidores devem realizar análises próprias. O que é exigido:

  1. Critérios de aceitação definidos: Metalúrgica deve estabelecer especificação de compra
  2. Verificação de conformidade: COA (transcrito ou próprio) deve ser verificado no recebimento
  3. Rastreabilidade: Número de lote deve permitir rastreamento até origem
  4. Registros mantidos: COAs devem ser arquivados conforme período exigido

IATF 16949:2016 - Requisitos de Rastreabilidade:

Setor automotivo é mais rigoroso, mas também aceita COA transcrito se:

  1. Fabricante for certificado ISO 9001 (mínimo)
  2. Rastreabilidade for completa (lote do fabricante preservado)
  3. Distribuidor mantiver COA original arquivado para auditoria de segunda parte
  4. Distribuidor for certificado ISO 9001 (gestão de distribuição controlada)

Experiência prática em auditorias:

Auditores de certificação ISO 9001 e IATF 16949 verificam:

  • ❓ Distribuidor fornece COA específico por lote? (✅ Sim, transcrito ou próprio)
  • ❓ Número de lote na embalagem = número no COA? (✅ Sim)
  • ❓ Distribuidor mantém rastreabilidade até fabricante? (✅ Sim, via COA original arquivado)
  • ❓ Fabricante é homologado/auditado pelo distribuidor? (✅ Sim)
  • ❓ Há transparência sobre origem dos dados? (✅ Sim, identificação de COA transcrito)

Não-conformidade seria constatada se:

  • ❌ Distribuidor não fornece COA de lote específico
  • ❌ Não há rastreabilidade até fabricante
  • ❌ COA transcrito não identifica origem dos dados (aparenta ser análise própria quando não é)
  • ❌ Distribuidor não mantém COA original arquivado

Conclusão: O modelo de COA transcrito é plenamente aceito em sistemas de gestão da qualidade ISO 9001 e IATF 16949, desde que haja transparência e rastreabilidade completa.


2. Por Que a Maioria dos Distribuidores NÃO Realiza Análises Próprias

2.1 Custo Operacional de Laboratório Próprio Certificado

Manter laboratório químico próprio para análise de centenas ou milhares de lotes mensais é operação de custo elevadíssimo, viável apenas para distribuidores de grande porte ou produtos de altíssima margem (farmacêuticos, reagentes analíticos).

Investimentos obrigatórios para laboratório certificado:

Infraestrutura física:

  • Sala climatizada (temperatura e umidade controladas)
  • Sistema de exaustão para análises de ácidos
  • Bancadas de granito ou resina química resistente
  • Pia com água deionizada
  • Chuveiro de emergência e lava-olhos
  • Armários para reagentes (inflamáveis, ácidos, bases)
  • Investimento: R$ 150.000 a R$ 300.000

Equipamentos analíticos:

  • Espectrofotômetro UV-Vis (análise de contaminantes metálicos): R$ 80.000 a R$ 150.000
  • Cromatógrafo (análise de orgânicos): R$ 200.000 a R$ 500.000
  • Balança analítica (0,0001 g): R$ 15.000 a R$ 30.000
  • pHmetro de bancada (calibração 3 pontos): R$ 5.000 a R$ 10.000
  • Densímetro digital: R$ 8.000 a R$ 15.000
  • Titulador automático: R$ 40.000 a R$ 80.000
  • Estufa de secagem: R$ 10.000 a R$ 20.000
  • Investimento total: R$ 358.000 a R$ 805.000

Manutenção e calibração:

  • Calibração anual de equipamentos (RBC): R$ 30.000 a R$ 50.000/ano
  • Manutenção preventiva e corretiva: R$ 20.000 a R$ 40.000/ano
  • Reagentes de análise (padrões analíticos): R$ 15.000 a R$ 30.000/ano
  • Custo anual: R$ 65.000 a R$ 120.000/ano

Pessoal técnico:

  • Químico responsável (CRQ): R$ 8.000 a R$ 12.000/mês
  • Técnico de laboratório: R$ 4.000 a R$ 6.000/mês
  • Estagiário: R$ 1.500 a R$ 2.500/mês
  • Custo mensal: R$ 13.500 a R$ 20.500/mês
  • Custo anual: R$ 162.000 a R$ 246.000/ano

Certificação ISO/IEC 17025 (acreditação de laboratório):

  • Consultoria de implantação: R$ 50.000 a R$ 100.000
  • Auditoria de certificação: R$ 20.000 a R$ 40.000
  • Manutenção anual: R$ 15.000 a R$ 30.000/ano

Custo total anual de laboratório certificado:

  • Investimento inicial: R$ 558.000 a R$ 1.245.000
  • Custo operacional anual: R$ 242.000 a R$ 396.000/ano

Análise de viabilidade:

Se distribuidor comercializa 500 lotes/mês (6.000 lotes/ano):

  • Custo por análise: R$ 40 a R$ 66 por lote
  • Este custo seria repassado ao preço final, tornando produtos menos competitivos

Para a maioria dos distribuidores de insumos químicos industriais, onde margem comercial é de 10% a 20%, manter laboratório próprio é economicamente inviável.

2.2 Rastreabilidade ao Fabricante Original é Preservada

Um argumento técnico fundamental favorece o modelo de COA transcrito: preservação da rastreabilidade até a origem.

Cenário 1: COA Transcrito (rastreabilidade preservada)

  • Metalúrgica identifica contaminante em lote de ácido sulfúrico
  • COA transcrito indica lote do fabricante: L2025-3345
  • Metalúrgica contata distribuidor solicitando COA original
  • Distribuidor fornece COA original do fabricante
  • É possível auditar fabricante diretamente e verificar registros de produção originais
  • Fabricante pode identificar causa-raiz (ex: contaminação em tanque específico)

Cenário 2: COA com Análises Próprias (rastreabilidade comprometida)

  • Distribuidor realiza análises próprias e emite novo número de laudo
  • Metalúrgica identifica contaminante em lote de ácido sulfúrico
  • COA do distribuidor indica laudo próprio: LB-2025-0123
  • Para rastrear até fabricante, é necessário:
    • Identificar qual lote do fabricante originou o laudo LB-2025-0123
    • Solicitar COA original do fabricante (que pode não ter sido arquivado)
    • Rastreabilidade tem uma camada adicional (mais complexa)

Vantagem do COA transcrito: A rastreabilidade é direta e imediata até o fabricante original, facilitando investigações de não-conformidade e auditorias de segunda parte.

2.3 Confiança em Fabricantes Homologados e Certificados

Distribuidores sérios baseiam o modelo de COA transcrito em processo rigoroso de homologação de fornecedores (fabricantes). Não se trata de "confiar cegamente", mas de transferir confiança para fabricantes que foram auditados e aprovados.

Critérios típicos de homologação de fabricantes:

1. Certificações obrigatórias:

  • ✅ ISO 9001:2015 (gestão da qualidade)
  • ✅ ISO 14001:2015 (gestão ambiental) - preferencial
  • ✅ ISO 45001:2018 (segurança e saúde ocupacional) - preferencial

2. Auditoria presencial (on-site):

  • ✅ Visita técnica às instalações de produção
  • ✅ Verificação de laboratório próprio (equipamentos, calibração)
  • ✅ Análise de métodos de análise utilizados (ASTM, ABNT, farmacopeia)
  • ✅ Entrevista com responsável técnico (CRQ, formação, experiência)
  • ✅ Verificação de registros de produção e rastreabilidade

3. Histórico de conformidade:

  • ✅ Análise de não-conformidades dos últimos 12 meses
  • ✅ Taxa de lotes rejeitados (aceitável: <1%)
  • ✅ Tempo médio de resposta a reclamações
  • ✅ Capacidade de recall (se necessário)

4. Capacidade técnica e produtiva:

  • ✅ Escala de produção (fornecimento contínuo garantido)
  • ✅ Matérias-primas certificadas
  • ✅ Processo produtivo controlado (não artesanal)
  • ✅ Sistema de gestão de lotes (rastreabilidade interna)

Implicação prática:

Um distribuidor que homologa rigorosamente fabricantes e mantém auditoria periódica está, na prática, validando a confiabilidade das análises do fabricante. O COA transcrito reflete, portanto, análises de laboratório certificado e auditado (do fabricante), não de fonte desconhecida.

2.4 Proteção Comercial de Fonte de Fornecimento

Um motivo comercial legítimo para transcrever COAs é proteção de fonte de fornecimento. Distribuidores investem tempo e recursos em:

  • Prospecção de fabricantes confiáveis
  • Auditorias e homologação
  • Negociação de condições comerciais
  • Construção de relacionamento de longo prazo

Se o distribuidor fornecesse COA original do fabricante com dados de contato, alguns clientes poderiam negociar diretamente com o fabricante, eliminando o distribuidor da cadeia. Isso comprometeria o modelo de negócio da distribuição.

Transcrever o COA para formulário próprio permite:

  • ✅ Manter confidencialidade da fonte de fornecimento
  • ✅ Preservar rastreabilidade (número de lote do fabricante é mantido)
  • ✅ Padronizar documentação (facilita para cliente que compra de múltiplos distribuidores)
  • ✅ Cumprir exigências de rastreabilidade de ISO 9001 e IATF 16949

Observação: Mesmo com COA transcrito, o distribuidor é obrigado a fornecer COA original do fabricante se cliente solicitar para auditoria ou investigação de não-conformidade. A proteção comercial não anula a rastreabilidade.


3. Variações de Especificações Entre Fabricantes Homologados

3.1 Realidade da Indústria Química: Não Existe Uniformidade Total

Um aspecto técnico crítico frequentemente ignorado por compradores: não existe padronização absoluta de especificações técnicas de um mesmo produto entre diferentes fabricantes certificados.

Exemplo real: Ácido Sulfúrico 98%

Fabricante A (certificado ISO 9001):

| Parâmetro | Especificação | Método | | ----------------------- | ------------- | ------------- | | Pureza (% m/m) | 97,5 - 98,5% | Titulometria | | Ferro (Fe) | Máx. 10 ppm | Colorimetria | | Cloretos (Cl) | Máx. 5 ppm | Argentometria | | Resíduo após evaporação | Máx. 0,02% | Gravimetria | | Arsênio (As) | Máx. 0,1 ppm | ICP-OES |

Fabricante B (certificado ISO 9001):

| Parâmetro | Especificação | Método | | ------------------------ | ------------- | ------------- | | Pureza (% m/m) | 98,0 - 98,5% | Titulometria | | Ferro (Fe) | Máx. 5 ppm | ICP-OES | | Cloretos (Cl) | Máx. 3 ppm | Argentometria | | Resíduo após evaporação | Máx. 0,01% | Gravimetria | | Metais pesados (como Pb) | Máx. 3 ppm | Colorimetria |

Diferenças observadas:

  • Pureza: Fabricante A permite 97,5% (mínimo), Fabricante B exige 98,0%
  • Ferro: Fabricante A permite 10 ppm, Fabricante B apenas 5 ppm
  • Métodos: Fabricante A usa Colorimetria para Fe, Fabricante B usa ICP-OES (mais preciso)
  • Parâmetros: Fabricante A analisa Arsênio, Fabricante B analisa Metais pesados totais

Ambos os produtos são:

  • ✅ Conformes com especificação de Ácido Sulfúrico 98% grau industrial
  • ✅ Adequados para uso em decapagem, neutralização, ajuste de pH
  • ✅ Certificados ISO 9001 (gestão da qualidade garantida)
  • ✅ Rastreáveis por lote

Implicação para o distribuidor:

Um distribuidor que trabalha com múltiplos fabricantes homologados pode fornecer produto de diferentes origens conforme disponibilidade. O COA transcrito refletirá a especificação do fabricante efetivamente fornecido.

Essa flexibilidade é normal e aceitável, desde que:

  1. ✅ Todos os fabricantes homologados sejam auditados e aprovados
  2. ✅ Produtos atendam requisitos mínimos de aplicação do cliente
  3. ✅ Cliente seja informado sobre possíveis variações entre lotes de diferentes origens (se crítico)
  4. ✅ Rastreabilidade permita identificar origem exata de cada lote

3.2 Como Distribuidores Gerenciam Múltiplas Fontes de Fornecimento

Estratégia de homologação de múltiplos fabricantes:

1. Definir especificação mínima aceitável:

Distribuidor estabelece especificação interna mínima que todos os fabricantes homologados devem atender.

Exemplo: Especificação interna de Ácido Sulfúrico 98%

  • Pureza: Mín. 97,5%
  • Ferro: Máx. 10 ppm
  • Cloretos: Máx. 5 ppm
  • Resíduo: Máx. 0,02%

2. Homologar fabricantes que atendem ou superam especificação:

  • Fabricante A: Atende especificação mínima ✅
  • Fabricante B: Supera especificação mínima (Fe máx. 5 ppm) ✅
  • Fabricante C: Não atende (Fe 15 ppm) ❌ Reprovado

3. Fornecer produto de fabricante disponível, preservando rastreabilidade:

  • Cliente recebe lote de Fabricante A em janeiro → COA transcrito com especificação do Fabricante A
  • Cliente recebe lote de Fabricante B em fevereiro → COA transcrito com especificação do Fabricante B
  • Ambos atendem especificação mínima, mas COA reflete especificação real do fabricante fornecido

4. Comunicar variações ao cliente quando críticas:

Se cliente especifica Fe máx. 5 ppm (mais rigoroso que especificação geral), distribuidor:

  • ✅ Informa que fornecerá exclusivamente de Fabricante B
  • ✅ Pode haver diferença de preço (especificação mais rigorosa)
  • ✅ Mantém rastreabilidade de qual fabricante foi fornecido em cada entrega

Transparência: Cliente tem direito de saber se produto vem de fabricantes diferentes ao longo do tempo, especialmente se processo for sensível a variações mínimas.


4. Vantagens do COA Transcrito: Rastreabilidade ao Fabricante

4.1 Investigação de Não-Conformidades Facilitada

Quando ocorre não-conformidade (contaminação, parâmetro fora de especificação, problema de desempenho), a rastreabilidade direta ao fabricante via COA transcrito é vantagem fundamental.

Caso prático: Contaminação de ferro em ácido clorídrico

Situação:

Metalúrgica identifica manchamento em peças cromadas após banho de ativação com ácido clorídrico. Análise interna revela contaminação de ferro acima de 10 ppm (especificação: máx. 5 ppm).

Fluxo de investigação com COA transcrito:

Passo 1: Metalúrgica identifica número de lote no tambor: L2025-4567

Passo 2: Consulta COA transcrito fornecido pelo distribuidor:

  • Lote: L2025-4567
  • Fabricante: [Identificação preservada no sistema interno do distribuidor]
  • Fe: 4 ppm (conforme especificação do fabricante)
  • Data de fabricação: 10/02/2025

Passo 3: Metalúrgica contata distribuidor solicitando COA original do fabricante

Passo 4: Distribuidor fornece COA original do fabricante do lote L2025-4567

Passo 5: Análise revela:

  • COA original do fabricante indica Fe: 4 ppm (conforme)
  • Metalúrgica analisa novamente produto em estoque: Fe 12 ppm (não conforme)
  • Conclusão: Contaminação ocorreu após saída do fabricante (transporte, armazenamento ou manuseio)

Passo 6: Investigação aprofundada com fabricante:

  • Distribuidor contata fabricante com número de lote L2025-4567
  • Fabricante verifica registros de produção (tanque, data, análises intermediárias)
  • Fabricante confirma que lote produzido estava conforme (Fe 4 ppm)
  • Causa identificada: Contaminação ocorreu em tambor com resíduo de produto anterior (falha de limpeza de embalagem)

Tempo de investigação: 3 dias úteis (rastreabilidade completa)

Ação corretiva:

  • Distribuidor substitui lote contaminado
  • Fabricante audita processo de limpeza de tambores
  • Metalúrgica recebe novo lote com garantia de conformidade

Vantagem do COA transcrito: Rastreabilidade direta e imediata até registros de produção do fabricante, permitindo investigação de causa-raiz eficaz.

4.2 Auditoria de Segunda Parte em Fabricantes

Clientes de alto rigor (setor automotivo, aeroespacial, farmacêutico) frequentemente exigem auditoria de segunda parte em fornecedores. Com COA transcrito, a auditoria pode ser realizada diretamente no fabricante, que é quem efetivamente produz e analisa o produto.

Cenário: Metalúrgica automotiva (IATF 16949) audita cadeia de suprimentos

Fluxo de auditoria:

1. Metalúrgica solicita auditoria de fornecedor:

  • Distribuidor Boreto & Cardoso® fornece ácido sulfúrico
  • Metalúrgica deseja auditar laboratório que emite COA

2. Distribuidor disponibiliza auditoria do fabricante:

  • Boreto informa que COA é transcrito de fabricante homologado
  • Fornece identificação do fabricante (com autorização prévia)
  • Agenda auditoria presencial no fabricante

3. Metalúrgica audita fabricante:

  • Verifica laboratório certificado (equipamentos, calibração, métodos)
  • Analisa registros de produção e análises do lote fornecido
  • Verifica certificações ISO 9001, ISO 14001
  • Confirma capacidade técnica e controle de qualidade

4. Metalúrgica aprova cadeia de suprimentos:

  • Fabricante: Aprovado (laboratório certificado, controle robusto)
  • Distribuidor Boreto: Aprovado (homologação rigorosa, rastreabilidade completa, ISO 9001)

Vantagem: Cliente pode auditar quem efetivamente produz e analisa o produto, sem necessidade de confiar em análises de distribuidor (que pode não ter a mesma capacidade técnica que o fabricante).

4.3 Custo-Benefício para o Cliente Final

Se distribuidores realizassem análises próprias de todos os lotes, o custo seria repassado ao preço final. O modelo de COA transcrito permite que cliente tenha:

  • Rastreabilidade completa (até fabricante certificado)
  • Documentação técnica confiável (análises de laboratório homologado)
  • Preço competitivo (sem custo de análises redundantes)
  • Conformidade ISO 9001/IATF 16949 (modelo aceito em auditorias)

Análise comparativa de custos:

| Item | COA Transcrito | COA Análises Próprias | | ----------------------------- | -------------- | -------------------------- | | Preço base do produto | R$ 100,00 | R$ 100,00 | | Custo de análise | - | R$ 15,00 | | Preço final | R$ 100,00 | R$ 115,00 | | Rastreabilidade ao fabricante | ✅ Sim | ✅ Sim (mais complexa) | | Aceito em ISO 9001 | ✅ Sim | ✅ Sim | | Tempo de entrega | Imediato | +2 dias (aguardar análise) |

Conclusão: Para a maioria dos clientes, COA transcrito oferece melhor custo-benefício sem comprometer rastreabilidade ou conformidade.


5. Transparência Boreto & Cardoso®: 53 Anos de Clareza Sobre Nosso Papel

5.1 Como Funcionamos: Transparência Total Sobre COA Transcrito

A Boreto & Cardoso®, com 53 anos de experiência no fornecimento de insumos químicos para indústria metalúrgica, adota há décadas o modelo de COA transcrito e mantém transparência total sobre esse modelo com clientes, auditores e órgãos certificadores.

Nosso modelo de fornecimento:

1. Recebemos produtos de fabricantes homologados:

  • Todos os fabricantes com quem trabalhamos são certificados ISO 9001:2015
  • Mantemos registro de auditorias presenciais realizadas
  • Exigimos COA original específico de cada lote recebido

2. Transcrevemos COA do fabricante para formulário padronizado:

  • COA transcrito identifica claramente: "As especificações técnicas e resultados de análise apresentados neste documento são transcritos das informações fornecidas pelo fabricante original."
  • Número de lote do fabricante é preservado (rastreabilidade completa)
  • Métodos de análise utilizados pelo fabricante são indicados

3. Arquivamos COA original do fabricante:

  • Mantemos COA original em sistema de gestão da qualidade (digital e físico)
  • Disponibilizamos COA original para clientes mediante solicitação (auditorias, investigações)
  • Período de arquivamento: Conforme requisitos ISO 9001 e IATF 16949 (mínimo 15 anos para automotivo)

4. Fornecemos produto com rastreabilidade completa:

  • Embalagens identificadas com número de lote do fabricante
  • COA transcrito acompanha entrega
  • Nota fiscal com rastreabilidade (número de lote + data de fabricação)

Compromisso de transparência:

  • Não prometemos realizar análises laboratoriais próprias (não possuímos laboratório certificado)
  • Garantimos que COA transcrito reflete análises de fabricantes certificados ISO 9001
  • Disponibilizamos COA original do fabricante para auditoria quando solicitado
  • Mantemos rastreabilidade completa de todos os lotes fornecidos

5.2 Homologação Rigorosa de Fabricantes

Nosso processo de homologação de fabricantes garante que COAs transcritos refletem análises de laboratórios certificados e confiáveis:

Critérios obrigatórios para homologação:

1. Certificações:

  • ✅ ISO 9001:2015 (gestão da qualidade) - obrigatório
  • ✅ ISO 14001:2015 (gestão ambiental) - preferencial
  • ✅ Certificação de laboratório (ISO/IEC 17025) - desejável

2. Auditoria presencial (realizada pela Boreto ou terceiros contratados):

  • ✅ Verificação de instalações de produção (controle de processo)
  • ✅ Análise de laboratório (equipamentos, calibração, métodos validados)
  • ✅ Entrevista com responsável técnico (CRQ, formação, experiência)
  • ✅ Verificação de rastreabilidade interna (lotes, matérias-primas)

3. Histórico de conformidade:

  • ✅ Análise de não-conformidades dos últimos 12 meses
  • ✅ Taxa de lotes rejeitados (aceitável: <1%)
  • ✅ Capacidade de fornecimento contínuo (escala produtiva)

4. Monitoramento contínuo:

  • ✅ Análise de contraprova em amostragem (quando aplicável)
  • ✅ Avaliação anual de desempenho do fornecedor
  • ✅ Reauditoria periódica (a cada 3 anos ou quando houver não-conformidade)

Fabricantes homologados são nosso diferencial: Não confiamos "cegamente" em qualquer fabricante. Exigimos certificações, auditamos e monitoramos continuamente.

5.3 Certificação ISO 9001:2015 da Boreto & Cardoso®

A Boreto & Cardoso® é certificada ISO 9001:2015 para fornecimento de insumos químicos industriais. Essa certificação garante que nossos processos de distribuição são controlados, documentados e auditados por organismo certificador independente.

Processos certificados ISO 9001:

1. Seleção e homologação de fornecedores (fabricantes):

  • Procedimento documentado de homologação
  • Critérios objetivos de aprovação/reprovação
  • Registro de auditorias e avaliações

2. Inspeção de recebimento de produtos:

  • Verificação de embalagens (lacres, integridade, rotulagem)
  • Conferência de COA original do fabricante
  • Verificação de conformidade com especificação de compra

3. Armazenamento e preservação de produtos químicos:

  • Área segregada por classe de risco (ácidos, bases, inflamáveis)
  • Controle de temperatura e umidade (quando aplicável)
  • Identificação de lotes (rastreabilidade visual)
  • Controle de validade (FIFO - First In, First Out)

4. Identificação e rastreabilidade de lotes:

  • Sistema ERP integrado (rastreamento de entrada, estoque, saída)
  • Número de lote do fabricante preservado em toda cadeia
  • Registro de qual lote foi fornecido a qual cliente (recall facilitado)

5. Expedição e entrega de produtos:

  • Verificação de integridade de embalagens antes de expedição
  • Emissão de COA transcrito específico de lote
  • Nota fiscal com rastreabilidade completa

Implicação para clientes:

Ao escolher Boreto & Cardoso® como fornecedor, metalúrgicas certificadas ISO 9001 ou IATF 16949 podem confiar na conformidade de nossos processos de distribuição, reduzindo necessidade de auditorias de segunda parte e facilitando aprovação em auditorias de terceira parte.

Nossa certificação ISO 9001 é evidência objetiva de que COA transcrito é emitido dentro de sistema de gestão da qualidade controlado e auditado.

5.4 O Que NÃO Fazemos: Clareza Sobre Limitações

Parte fundamental da transparência é esclarecer o que não oferecemos, evitando criar expectativas irreais:

O que a Boreto & Cardoso® NÃO faz:

Análises laboratoriais independentes de produtos:

  • Não possuímos laboratório químico certificado ISO/IEC 17025
  • COAs são transcritos de fabricantes homologados certificados ISO 9001
  • Para análises de contraprova, cliente pode contratar laboratório terceirizado

Consultoria técnica para desenvolvimento de processos:

  • Não desenvolvemos formulações de banhos de galvanoplastia ou anodização
  • Não prestamos consultoria para resolução de problemas em processos metalúrgicos
  • Para consultoria especializada, recomendamos profissionais especializados (engenheiros químicos, consultores de galvanoplastia)

Análises de efluentes ou produtos de clientes:

  • Não analisamos efluentes industriais para conformidade CONAMA 430
  • Não realizamos análises de banhos de galvanoplastia ou decapagem
  • Para análises ambientais, recomendamos laboratórios certificados (INMETRO/ISO 17025)

Formulação de produtos customizados:

  • Fornecemos produtos conforme especificação de fabricantes homologados
  • Não desenvolvemos formulações químicas sob medida
  • Para produtos especiais, consultamos fabricantes e informamos viabilidade

Esse posicionamento claro preserva ética profissional, evitando criar expectativas de serviços que não oferecemos. Nosso valor está em fornecer produtos confiáveis com documentação técnica completa, rastreabilidade total e transparência sobre origem e especificações.


6. Como Clientes Podem Validar Distribuidores com COA Transcrito

6.1 Checklist de Validação de Fornecedor Distribuidor

Metalúrgicas podem validar distribuidores que utilizam COA transcrito com base em critérios objetivos:

✅ Critério 1: Transparência sobre modelo de COA

  • Distribuidor identifica claramente que COA é transcrito de fabricante?
  • Há menção explícita de que dados são do fabricante original?
  • Distribuidor não aparenta realizar análises próprias quando não realiza?

✅ Critério 2: Rastreabilidade preservada

  • COA transcrito indica número de lote do fabricante?
  • É possível rastrear produto até origem via número de lote?
  • Distribuidor mantém COA original do fabricante arquivado?

✅ Critério 3: Certificação ISO 9001 do distribuidor

  • Distribuidor é certificado ISO 9001:2015?
  • Certificação inclui escopo de distribuição de insumos químicos?
  • Organismo certificador é acreditado (ex: INMETRO, UKAS)?

✅ Critério 4: Homologação de fabricantes

  • Distribuidor possui procedimento documentado de homologação de fornecedores?
  • Exige certificação ISO 9001 de fabricantes?
  • Realiza ou contrata auditorias presenciais em fabricantes?

✅ Critério 5: Disponibilidade de COA original

  • Distribuidor fornece COA original do fabricante mediante solicitação?
  • Prazo de fornecimento é razoável (ex: 3 dias úteis)?
  • COA original é arquivado por período adequado (mínimo 15 anos para automotivo)?

✅ Critério 6: Histórico de conformidade

  • Taxa de não-conformidades dos últimos 12 meses é baixa (<1%)?
  • Distribuidor responde rapidamente a reclamações (ex: 24-48h)?
  • Há evidências de melhorias contínuas (ações corretivas implementadas)?

✅ Critério 7: Capacidade de rastreamento em recall

  • Distribuidor consegue identificar todos os lotes fornecidos a determinado cliente em período específico?
  • Sistema ERP permite rastreamento bidirecional (fornecedor → cliente)?
  • Há evidências de recalls bem-sucedidos (se aplicável)?

Pontuação de aprovação:

  • 7/7 critérios atendidos: Fornecedor homologado (categoria A)
  • 5-6/7 critérios: Fornecedor aprovado com restrições (categoria B - monitorar)
  • <5/7 critérios: Fornecedor reprovado (não homologar)

6.2 Perguntas a Fazer ao Distribuidor Durante Homologação

Pergunta 1: "Vocês realizam análises laboratoriais próprias dos produtos?"

Resposta esperada (transparente):

"Não, não possuímos laboratório químico certificado. Nossos COAs são transcrições fiéis das análises realizadas pelos fabricantes originais dos produtos, todos certificados ISO 9001. Mantemos os COAs originais arquivados e disponibilizamos para auditoria quando solicitado."

Resposta problemática (falta de transparência):

"Sim, todos os produtos são analisados." (quando na verdade apenas transcrevem COA do fabricante)


Pergunta 2: "Como garantem a confiabilidade das análises do fabricante?"

Resposta esperada:

"Homologamos fabricantes com base em certificação ISO 9001, auditorias presenciais e histórico de conformidade. Exigimos COA específico de cada lote e mantemos monitoramento contínuo de desempenho dos fornecedores."


Pergunta 3: "Podem fornecer COA original do fabricante para auditoria?"

Resposta esperada:

"Sim, mantemos COA original arquivado e fornecemos mediante solicitação em até [X] dias úteis. Isso preserva rastreabilidade completa até a origem do produto."


Pergunta 4: "Como identifico o lote do fabricante na embalagem?"

Resposta esperada:

"O número de lote do fabricante é mantido em nossa identificação. Na embalagem e no COA transcrito, você encontrará o lote original (ex: L2025-3345), permitindo rastreamento direto até o fabricante."


Pergunta 5: "São certificados ISO 9001? Qual o escopo?"

Resposta esperada:

"Sim, somos certificados ISO 9001:2015 para fornecimento e distribuição de insumos químicos industriais. Certificação emitida por [nome do organismo certificador acreditado]."


6.3 Análise de Contraprova: Quando e Como Realizar

Mesmo com COA transcrito de fabricante certificado, metalúrgicas podem realizar análises de contraprova para validar conformidade:

Quando realizar análises de contraprova:

1. Homologação inicial de fornecedor:

  • Análise de 2-3 lotes iniciais para confirmar conformidade com especificação
  • Validação de parâmetros críticos (pureza, contaminantes principais)

2. Produtos de alta criticidade:

  • Insumos que afetam diretamente qualidade de produto final (sais metálicos para galvanoplastia)
  • Análise periódica (ex: trimestral) de parâmetros críticos

3. Histórico de não-conformidades:

  • Se fornecedor apresentou problema anterior, aumentar frequência de contraprova
  • Análise de 100% dos lotes até reestabelecer confiança

4. Mudança de fornecedor/fabricante:

  • Se distribuidor informa mudança de fabricante homologado, validar primeiro lote da nova fonte

Parâmetros típicos para análise de contraprova:

Ácidos (HCl, H₂SO₄, HNO₃):

  • Pureza (titulometria) - análise simples, baixo custo
  • Densidade (densímetro) - análise imediata
  • Contaminantes críticos: Fe (colorimetria/ICP)

Sais metálicos (CuSO₄, NiSO₄, ZnCl₂):

  • Pureza (titulometria com EDTA) - análise intermediária
  • Contaminantes metálicos (ICP-OES) - análise laboratorial especializada

Alcalinos (NaOH, Na₂CO₃):

  • Pureza (titulometria) - análise simples
  • Carbonatos (titulometria diferencial) - análise intermediária

Custo de análises de contraprova:

  • Análise simples (pureza, pH, densidade): R$ 50 a R$ 150 por parâmetro
  • Análise de contaminantes metálicos (ICP-OES): R$ 300 a R$ 600 (múltiplos elementos)
  • Laboratório terceirizado certificado ISO/IEC 17025: Recomendado

Interpretação de resultados:

  • Conforme: Resultado de contraprova = COA (dentro de margem analítica ±5%)
  • Dúvida: Diferença entre 5-10% → Solicitar reensaio e análise de incerteza
  • Não-conforme: Diferença >10% → Abrir não-conformidade com distribuidor, solicitar COA original do fabricante, considerar análise de 3ª via (árbitro)

7. Perguntas Frequentes (FAQ)

7.1 COA transcrito tem o mesmo valor legal que análises próprias?

Sim, desde que atenda critérios de rastreabilidade e transparência. Normas ISO 9001 e IATF 16949 exigem rastreabilidade de produtos fornecidos externamente, mas não especificam que distribuidores devem realizar análises próprias. O importante é que:

  1. ✅ Distribuidor identifique claramente que dados são do fabricante original
  2. Número de lote do fabricante seja preservado (rastreabilidade direta)
  3. ✅ Fabricante seja certificado ISO 9001 ou equivalente
  4. ✅ Distribuidor mantenha COA original arquivado para auditoria

COA transcrito é prática padrão amplamente aceita em auditorias de certificação ISO 9001 e IATF 16949.

7.2 Como confiar em COA transcrito se o distribuidor não analisa?

A confiança no COA transcrito baseia-se em:

  1. Homologação rigorosa do fabricante pelo distribuidor (certificações ISO 9001, auditorias presenciais, histórico de conformidade)
  2. Rastreabilidade completa até o fabricante (possibilidade de auditar quem efetivamente produz e analisa)
  3. Certificação ISO 9001 do distribuidor (gestão de distribuição controlada)
  4. Análises de contraprova (cliente pode validar periodicamente)

Um distribuidor que homologa fabricantes certificados está, na prática, transferindo confiança para laboratórios homologados, não confiando cegamente.

7.3 Por que distribuidores não fazem análises se possuem produtos químicos?

Manter laboratório químico certificado ISO/IEC 17025 é operação de custo elevadíssimo (investimento inicial de R$ 500 mil a R$ 1,2 milhão + custo operacional anual de R$ 240 mil a R$ 400 mil), viável apenas para distribuidores de grande porte.

O custo seria repassado ao preço final, tornando produtos menos competitivos. O modelo de COA transcrito permite rastreabilidade completa com custo-benefício superior para cliente final.

7.4 Posso solicitar COA original do fabricante ao distribuidor?

Sim, você tem esse direito. Distribuidores sérios mantém COA original arquivado e fornecem mediante solicitação em prazo razoável (tipicamente 3-5 dias úteis).

Solicitar COA original é prática recomendada em:

  • Homologação inicial do distribuidor
  • Auditorias internas ou de segunda parte
  • Investigação de não-conformidades
  • Validação de mudança de fornecedor

Se distribuidor se recusar a fornecer COA original, isso é sinal de alerta (possível falta de rastreabilidade).

7.5 Como validar se fabricante do distribuidor é realmente certificado ISO 9001?

1. Solicitar cópia do certificado ISO 9001 do fabricante:

Distribuidor deve fornecer cópia do certificado (com autorização do fabricante) contendo:

  • Nome do fabricante
  • Escopo de certificação (produção de insumos químicos)
  • Organismo certificador (deve ser acreditado)
  • Validade do certificado

2. Consultar banco de dados do organismo certificador:

Organismos certificadores acreditados mantêm bancos de dados públicos de empresas certificadas (ex: site do INMETRO, UKAS).

3. Solicitar auditoria presencial no fabricante:

Para clientes de alto rigor (automotivo, aeroespacial), distribuidor pode facilitar auditoria de segunda parte diretamente no fabricante.

7.6 O que fazer se COA transcrito não bate com análise de contraprova?

Procedimento recomendado:

1. Verificar margem analítica:

Diferenças de até 5% são normais (diferentes laboratórios, métodos, equipamentos). Avaliar se diferença é significativa para aplicação.

2. Solicitar COA original do fabricante:

Comparar resultado de contraprova com COA original (não transcrito) para confirmar se transcrição foi fiel.

3. Realizar análise de 3ª via (árbitro):

Enviar amostra para laboratório terceirizado certificado ISO/IEC 17025 para análise independente.

4. Abrir não-conformidade formal:

Se análise de árbitro confirmar não-conformidade, abrir registro formal com distribuidor exigindo:

  • Substituição do lote não-conforme
  • Investigação de causa-raiz com fabricante
  • Ações corretivas para evitar recorrência

5. Reavaliar homologação do fornecedor:

Se não-conformidades forem recorrentes (>3 em 12 meses), considerar desqualificação do distribuidor.

7.7 Distribuidores podem alterar dados do COA transcrito?

Não, isso seria fraude documental. COA transcrito deve reproduzir fielmente as informações do COA original do fabricante. Alteração de dados constitui:

  • ❌ Crime de falsificação de documento (Código Penal, Art. 297)
  • ❌ Quebra de contrato (fornecimento de produto não conforme com especificação)
  • ❌ Perda de certificação ISO 9001 (controle de registros comprometido)

Se cliente suspeitar de alteração, deve:

  1. Solicitar COA original do fabricante
  2. Comparar dados (devem ser idênticos)
  3. Realizar análise de contraprova
  4. Se confirmada fraude: romper contrato, abrir processo legal, notificar organismo certificador ISO 9001 do distribuidor

Conclusão

O modelo de COA transcrito utilizado pela maioria dos distribuidores de insumos químicos não é "falha" ou "falta de compromisso com qualidade", mas prática padrão baseada em fundamentos técnicos, comerciais e de rastreabilidade sólidos:

  1. Custo-benefício: Manter laboratório certificado é economicamente inviável para maioria dos distribuidores; custo seria repassado ao cliente
  2. Rastreabilidade preservada: Número de lote do fabricante permite rastreamento direto até origem
  3. Confiança em fabricantes homologados: Distribuidores sérios homologam fabricantes certificados ISO 9001 e auditam continuamente
  4. Aceitação em auditorias: ISO 9001 e IATF 16949 aceitam COA transcrito desde que haja rastreabilidade e transparência

A Boreto & Cardoso®, com 53 anos de experiência, baseia sua atuação em transparência total sobre o modelo de COA transcrito. Não prometemos realizar análises que não fazemos. Nosso valor está em:

  • Homologação rigorosa de fabricantes certificados ISO 9001
  • Rastreabilidade completa (COA original arquivado, lote preservado)
  • Certificação ISO 9001:2015 (gestão de distribuição controlada e auditada)
  • Transparência sobre limitações (somos distribuidores, não laboratório)

Para metalúrgicas que buscam fornecedores confiáveis, a presença de transparência sobre modelo de COA é critério tão importante quanto a própria documentação técnica. Fornecedores que escondem ou disfarçam o fato de que COA é transcrito (aparentando realizar análises próprias quando não realizam) são mais preocupantes que aqueles que esclarecem honestamente seu papel na cadeia de distribuição.

Empresas sérias escolhem fornecedores sérios. E fornecedores sérios são transparentes sobre o que fazem — e sobre o que não fazem.


Nota ao Leitor

Este artigo possui caráter exclusivamente informativo e educacional sobre diferenças entre COA transcrito e análises laboratoriais próprias na cadeia de distribuição de insumos químicos industriais.

A Boreto & Cardoso® atua exclusivamente como distribuidora de insumos químicos industriais, fornecendo produtos acompanhados de Certificado de Análise transcrito das análises realizadas pelos fabricantes homologados. Preservamos rastreabilidade total mantendo número de lote do fabricante e arquivando COA original para auditoria.

Não realizamos:

  • Análises laboratoriais independentes (não possuímos laboratório certificado ISO/IEC 17025)
  • Consultoria técnica para desenvolvimento de processos metalúrgicos
  • Análises de efluentes ou produtos de clientes
  • Formulação de produtos químicos customizados

Nosso diferencial é transparência: Esclarecemos claramente nosso papel como distribuidor, homologamos rigorosamente fabricantes certificados ISO 9001 e garantimos rastreabilidade completa de todos os lotes fornecidos.

Para dúvidas sobre especificações técnicas de produtos, rastreabilidade de lotes ou documentação:

📧 E-mail: boreto@boreto.com.br

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  • Matriz: R. Alagoas, 30 - Recanto Silvestre, Santana de Parnaíba - SP, 06530-245
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🕐 Horário de Atendimento: Segunda a sexta-feira, das 08h às 12h e das 13h15 às 17h30


Boreto & Cardoso® — 53 anos de transparência, rastreabilidade e compromisso com a indústria metalúrgica.